Pois é, acabei de chegar à meia idade e fiz uma retrospectiva de minha vida.
Interessante, pois guardo muitas lembranças, mas aqui vou pensar apenas nas que me fizeram feliz.
Quando na minha tenra idade era acarinhada por meus pais;
Encontros constantes com a família, onde havia muita alegria.
A vida era como uma janela transparente, onde podia ver tudo lindo;
Não havia com o que me preocupar, pois alguém fazia isso por mim: escola, festas, amizades, roupas.
Minha única preocupação era ser feliz.
Andar de bicicleta, descer a rua com carrinho de rolimã, jogar bets, subir em árvores para pegar frutas, correr atrás das galinhas na casa de meus padrinhos, andar a cavalo; então era ser criança sem medo de ser feliz.
Depois vem o tempo de algumas responsabilidades que me eram passadas como: estudar para que eu tivesse um futuro seguro, aprender a fazer minhas próprias escolhas como: roupas, amigos, profissão, clube , entre tantas outras coisas.
Neste momento as amizades foram verdadeiras. Algumas ainda são preservadas, outras pela própria caminhada na vida ficaram mais afastadas, mas nunca esquecidas.
Época do primeiro namorado, boa lembrança.
Namoro no portão. Passeios de mãos dadas. O primeiro beijo roubado, a primeira rosa na porta de casa, os primeiros bilhetinhos trocados, as primeiras pétalas guardadas nas páginas de um livro.
Época dos primeiros bailinhos ( assim chamados ), primeiras domingueiras, primeiros bailes de carnaval, a escolha da melhor roupa, as confissões entre amigas, os diários (cada coisa que se escrevia nele), ir ao clube, ficar esperando ser tirada para dançar, dar tábua, viajar para lugares inimagináveis.
Escolha do curso de magistério por influencia da família, pois todas as mulheres do lado materno eram professoras. Escola Normal: opção por terceira e quarta séries.
A escolha da faculdade : a primeira foi Psicologia mas não era essa .
Direito foi a segunda escolha e como foi bom, fiz amizades sinceras, viagens diárias com muita farra, muito estudo nas madrugadas, enfim sou uma bacharela em direito.
Mas como na vida as coisas sempre se transformam, pois é um processo continuo, lá fui eu para a terceira faculdade: Pedagogia na área da deficiência . Felicidade total e profissão encampada.
A profissão: Professora e Pedagoga com muito orgulho sim senhor!
E lá se vão quase 30 anos. Como passou rápido!
Enquanto reflito nesta caminhada pela minha vida, tenho que dizer que me casei e fui feliz por um bom tempo com eu primeiro parceiro, o qual me deixou os dois filhos maravilhosos, e acredito que ser mãe é o máximo da realização na vida de uma mulher. E sou plenamente realizada!
Mas a vida nem sempre tem um único caminho, e nele às vezes, temos que fazer algumas escolhas e esta foi uma. Mas tenho que dizer que nossa relação é de amizade e respeito mutuo, sempre um torcendo pela felicidade do outro em nossas novas escolhas.
Neste processo de mudanças, em uma de minhas encruzilhadas, conheci outra pessoa que hoje faz parte de minha vida, ou melhor, de nossas vidas, com intenções futuras de uma vida a dois.
Bem, aos 50 anos que hoje acabei de completar, só posso dizer que fui e sou feliz junto a todos que me rodeiam e que amo.
Amizades que conquistei realização profissional e pessoal, filhos e meu companheiro.
