6 de mar. de 2010

" SEMENTEIRA DE AMOR?"


Sentimento que queda inerte, todavia ferino, insidioso,vulnerante

alimentado por esperanças vãs,contraditórias, sinuosas!
Vivente no claustro psíquico, mas mesmo assim deveras angustiante!
Encerrado no sublime relicário das recordações maviosas
Amor confinado no catre dourado e torturante da virgindade!
Devastador como uma intempérie, implacável como uma sentença 
Ansiando por se manifestar em ato de tresloucada licenciosidade!
Incursão perene, definitivamente julgada, sem nenhum siso.
Chegada em um dia previamente marcado pelo Destino,assim  designado...
Extenuado pela luta inglória, entretanto acreditar nele é peremptoriamente preciso!
Aninhando meu coração na poesia, acalentando sonhos fúlgidos, trago então comigo tua imagem ausente!
Seu sorriso, olhar, palavras, almejando sentir em minha pele seus doces afagos!
Imaginando a sublime e mútua doação anímica e carnal,entrecortada de beijos, palavras, a mais linda intimidade aconchegante!
Corre meu viver, nesta sementeira de esperanças, no redemoinho de meus desejos e então por fim nas dolentes madrugadas,despedir-me-ei, enfim deste presente aziago!

Créditos : Ivone Maria R Garcia

1 de mar. de 2010

Tudo depende da maneira de falar



Certa vez, um rei sonhou que havia perdido todos os dentes. Logo que despertou, mandou chamar um adivinho para que interpretasse seu sonho.

- Que desgraça, senhor! exclamou o adivinho. – Cada dente caído representa a perda de um parente de Vossa Majestade.
- Mas que atrevimento! – gritou o rei, enfurecido. – Como te atreves a dizer-me semelhante coisa? Fora daqui!
Chamou os guardas e ordenou que lhe dessem cem açoites. Mandou que trouxessem outro adivinho e contou-lhe sobre o sonho. Este, após ouvir o rei com atenção, disse-lhe:
-  Senhor, grande felicidade vos está reservada! O sonho significa que haveis de sobreviver a todos os vossos parentes.
A fisionomia do rei iluminou-se num sorriso, e ele mandou dar cem moedas de outro ao segundo adivinho. Quanto este saía do palácio, um dos cortesãos lhe disse admirado:
- Não é possível! A interpretação que você fez foi a mesma que o seu colega havia feito. Não entendo por que ao primeiro ele pagou com cem açoites e a você com cem moedas de ouro.
- Lembra-te, meu amigo – respondeu o adivinho -, que tudo depende da maneira como se diz alguma coisa…
Uma mesma verdade pode ser aceita ou não, dependendo apenas da maneira como é dita. Vivemos isso diariamente.


Créditos: Luciana Schiavo